O olhar
No início tudo era gigante, mágico, com muros me protegendo.
Nas voltas do mundo, fui crescendo, e meu olhar mudou.
O que era gigante, passou a ser do tamanho normal, o mágico
passou a ser real,
Os muros passaram a ser invisíveis, e um horizonte novo
surgiu a minha frente.
E agora? Posso ir adiante?
Lembro da brincadeira .... mamãe posso ir? Quantos passos?
Ensaiar dar os passos sozinhos sem a contagem dos pais, é ao
mesmo tempo libertador e ameaçador.
Novos sentimentos surgem. Da onde vieram? São avassaladores
aos nossos olhos.
A ingenuidade se perde um pouco. Nem todos são bons. Existe
maldade no mundo.
Meus pais não são super heróis que pensei.
Ainda tenho direito a colo? Mas não queria mais o colo de
criança.
Será que existe colo para todas as fases?
Quero crescer, mas dá medo. Posso ficar aqui com você?
Dá para voltar para a barriga?
Nossa as vezes dá um nó na garganta e vontade de chorar mãe.
Você já sentiu isso?
Não entendo o porquê das coisas, só sinto..... Me ajuda?
Escrevi o texto acima, baseado nos sentimentos e conversas
com minha filha de 11 anos.
Esse início das descobertas é um tanto conflituoso, ao mesmo
tempo é muito bom e muito complicado.
Minha amada filha conte sempre comigo para ser seu porto
seguro, seu colo, seu amor.
Aprendo tanto com você, aprendo a ser eu, aprendo a ser
você. Volto ao meu início e recomeço.
Tão rico passar essa fase com você. Não sei se estou fazendo
o certo. Só sei que estou fazendo o meu melhor. Tudo é novidade para mim , são
épocas e criações diferentes.
Estou lhe dando o que sei, e o que não sei estou buscando,
pois aprender nunca é demais.
Antes tarde do que nunca.
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