Oi gente bom dia, é com muita alegria que hoje venho partilhar que teremos posts incríveis da nutri coach Nathália Petry. Uma profissional incrível, dedicada, que tive a honra de conhecer. Ela vai abordar a nutrição de uma forma bem diferente do que estamos acostumadas a ver . Não percam! Vejam este primeiro post dela , vale muito a pena para refletir.
Nathália seja muito bem vinda a essa casa!
SAUDÁVEL
OU NÃO SAUDÁVEL?
Olá,
pessoal, tudo bem? Aqui quem fala é a Nathália Petry, nutricionista comportamental
e coach, e meu objetivo aqui é trazer uma visão diferenciada
da alimentação para você. E para iniciarmos nossos posts aqui
nesse blog lindo, que tal começarmos conversando sobre um tema bastante
polêmico:
o que é uma alimentação saudável?
Atualmente,
um dos grandes parâmetros para avaliarmos se nossa alimentação
é
saudável é o uso da classificação
dos alimentos em saudável e não saudável; isto é, se eu como alimentos saudáveis
ou não saudáveis. Todo mundo está
familiarizado com isso, e tem acesso a este tipo de informação,
certo?
Mas, vamos
refletir: será que essa visão da alimentação é
suficiente? Será mesmo que alguns alimentos são saudáveis e outros não são?
Vocês
já
pararam para refletir sobre quais são os critérios atuais que classificam um alimento
como saudável ou não saudável? Será que eles são válidos
para julgarmos um alimento desta forma?
Geralmente,
o critério utilizado para esta classificação saudável/não
saudável é o teor nutricional do alimento. Isto é,
um alimento é julgado por ser mais rico ou não nutricionalmente. Se o alimento tem
nutrientes considerados “bons”, ele é chamado de bom. E se ele possui
nutrientes considerados “ruins”, já é taxado de ruim!
Por exemplo,
o coitado do chocolate, tão sempre hostilizado, julgado pelo seu
conteúdo nutricional.
Realmente, um chocolate ao leite pode ser rico em gorduras e em açúcar,
que em excesso podem não ser tão bons para nós. Mas reflitam
comigo: será que isso é suficiente para classificá-lo
como algo não saudável? E a dose que eu como? Não
faz diferença?
Se eu como
uma barra inteira de chocolate ao leite a cada dois dias, talvez isso me leve a
uma ingestão excessiva de gorduras não tão boas e açúcares, que poderiam fazer mal ao meu
organismo (sem generalizações aqui – cada um é um!), certo? Mas e se eu como apenas um
pedaço, com muito prazer e consciência, será mesmo que meu corpo vai sofrer por
causa disso? E se meu corpo sabe processar isto, por que eu consideraria este
alimento como não saudável?
Agora, por
exemplo, uma maçã, uma maçã normal, vendida no mercado. Ela é
linda, né?
Considerada
como um alimento saudável conforme seu valor nutricional.
Muitas fibras, antioxidantes, vitaminas, minerais... Mas se eu passar um dia
inteiro comendo apenas maçãs, ela ainda seria considerada saudável
para meu organismo?
Como já
se dizia, quem define o veneno é a dose.
Nós
ainda temos a questão dos 'superalimentos', isto é, alimentos considerados como tendo um
componente nutricional maior e com propriedades benéficas ao corpo,
e que, por isso, são considerados ‘muito saudáveis'. Como vocês já
devem ter visto por aí, alimentos como chia, goji berry e
quinoa são tão bons mas tão bons que são
disseminados como capazes de curar e prevenir inúmeras doenças. Mas, mais uma vez, será
que a dose não é importante para esta classificação? Alguns estudos já
demonstraram que o consumo excessivo desses superalimentos pode levar a uma série
de problemas envolvendo tireóide, articulações,
intestino.... Daria para classificá-los como saudáveis ainda?
Pois é,
depende da dose.
E qual é
o problema desta classificação que fazemos de alimentos saudáveis/não
saudáveis?
Além
desta classificação ser muito relativa e muitas vezes não ser real, ela
pode ser prejudicial. Classificar o alimento como bom/ruim, mocinho/vilão,
pode gerar um impacto bastante negativo no seu relacionamento com a comida. Por
exemplo: se você comer um alimento “ruim”, você fez algo ruim e se sente culpado!
Pense nesse
exemplo: está na hora do seu lanche da tarde, e você precisa
escolher entre uma maçã e um chocolate. O que geralmente
ocorre? Seu cérebro já te avisa: a maçã é
saudável e o chocolate não é saudável! E isso faz com que você
já
faça
um julgamento daqueles alimentos, fazendo com que você se sinta
culpado, ou com vergonha, quando come o chocolate! Este é o problema!
Muito
preconceito e vilanização de alimentos têm levado as
pessoas a sentirem culpa e vergonha ao consumirem esses alimentos - ou pior, a
se sentirem "não saudáveis". É o que tem-se
chamado de terrorismo alimentar! São sentimentos muito negativos e intensos
que não deveriam fazer parte do nosso cardápio! E isto não
é
nada legal, porque cria um relacionamento conturbado com os alimentos!
Mas o que é
alimentação saudável então?
Eu estava
argumentando sobre esta questão do como a classificação
'saudável' pode ser complexa, e sobre como muitos alimentos que não
são
considerados popularmente como saudáveis poderiam ser, sim, saudáveis,
quando uma pessoa me perguntou:
"Pensando
na seguinte situação: eu almocei e tenho como sobremesa um brigadeiro e uma maçã.
Não
seria melhor comer a maçã?"
A resposta
que temos popularmente hoje, em frente a tanta informação vinculada por
inúmeros
canais diferentes, é clara: Prefira a maçã, ela é mais 'saudável'.
Mas na minha
cabeça, a resposta que me vem é: depende. Como já vimos, depende
de muitos fatores: depende de onde eu estou almoçando, depende da minha fome, depende do
meu estado de espírito do dia, depende do meu humor, depende do que eu comi no
resto do dia, depende de qual minha intenção com aquela sobremesa, depende da
companhia que está comigo, depende da ocasião, depende do clima do dia, depende se
eu me satisfiz com o almoço, depende da minha intuição...
E depende! Depende de cada indivíduo, depende de cada situação,
depende, depende, depende...
Deu pra ver
que nesse momento, rostos de dúvidas surgiram, e alguém
perguntou: "Tá, mas, afinal, é errado alguém procurar ser
mais saudável? Quero dizer, procurar alimentos nutricionalmente melhores?"
Não,
não
é
errado querer ser saudável! A questão toda é
'O que é ser saudável?'
Se
considerarmos que uma alimentação saudável é composta pela função
nutricional, social, cultural, psicológica – e tantas outras funções!
- do alimento, as pessoas podem e devem sim procurar por uma alimentação
saudável.Mas se focarmos apenas na função nutricional,
a busca pela alimentação saudável pode ser infundada, sem contar que
pode ser até um terrorismo: é onde entram os julgamentos, os
conceitos, as dietas e as restrições e proibições alimentares –
os quais estão relacionados com o crescimento dos transtornos alimentares e
até
mesmo da obesidade.
Assim, uma
alimentação "saudável" é aquela que permite todos os alimentos,
que te respeita, que respeita os instintos do teu corpo (fome e saciedade),
teus momentos na vida, tuas emoções, tua vida! E culpa, medo, vergonha
quanto a certos alimentos não combinam com isto!
Assim,
resumindo essa ópera:
É
importante ter cuidado com a palavra saudável, porque:
- Primeiro:
Porque categorizar um alimento em si como saudável ou não saudável é muito relativo. Isso varia! Depende do
critério utilizado, da dose, depende do seu estado de espírito,
do seu estresse, depende, depende, depende...
- Segundo:
Porque não faz sentido classificar um único alimento como saudável,
pois a saudabilidade da sua alimentação depende de um conjunto de fatores, não
de alimentos em específico! Depende de tudo aquilo que você
come, do equilíbrio, e não só de um alimento. Depende do seu estado
emocional, da situação da sua vida, do seu estado de estresse... tudo isto
influencia na alimentação e é importante para classificar se sua
alimentação é, em geral,
'saudável'
ou não.
- Terceiro:
Porque a palavra saudável tem hoje um significado carregado de
julgamento e isso gera sentimentos negativos ou positivos em relação
a determinados alimentos, que podem levar a uma situação de terrorismo
nutricional e alterar seu relacionamento com a comida.
Por isso, o
comer saudável deve ser buscado levando-se em conta não
apenas o teor nutricional do alimento - isso não te respeita como indivíduo!
- mas deve sim considerar todos os 'dependes' envolvidos na sua escolha
alimentar!
Nathália
Petry é Nutricionista Comportamental e Coach, e atua na área
comportamental da Nutrição, explorando e restaurando o
relacionamento que a pessoa tem com a comida e com o corpo, e promovendo uma
alimentação saudável em seu sentido integral. Seu
trabalho visa à auto-aceitação, ao comer sem culpa, a uma alimentação
flexível, sem proibições e sem medo, e à
recuperação de um relacionamento positivo com a comida.
-
Nutricionista, graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) -
CRN-3 44975
- Coach,
pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC)
- Coach de
Meditação Mindfulness pelo Instituto Nutrição Meditação
e Consciência.
- Estudiosa
das áreas de Alimentação Intuitiva e Nutrição
Comportamental
- Tem experiência
nacional e internacional na área de Transtornos Alimentares
Texto maravilhoso! Muito informativo, amei! Indo conhecer o site da Dra. bjs
ResponderExcluirEstava falando sobre isso hoje com uma amiga que é vegetariana e se alimenta muito bem com frutas, legumes e verduras. Mas o tanto de coisas que ela come industrializada como embutidos de soja (carnes, hamburguer, salsicha) e congelados (pizzas de queijo), eu acho que não é nada saudável.
ResponderExcluirAcredito que podemos buscar uma alimentação saudável, valorizando o natural, o "feito na hora" e também devemos conhecer nosso organismo porque cada um reage de uma forma.
Bj e fk c Deus
Nana
http://nanaeosamigosvirtuais.blogspot.com